quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Neste Silêncio




E agora só me resta o silêncio.
Silêncio que me faz esquecer
Esquecer de mim
Esquecer de ti
Esquecer de nós

Pra não falar mais de minha dor
Dor que me fez chorar
Chorar por mim,
Chorar por ti
Chorar por nós

E já não quero mais pensar n que passou
Passado que me faz lamentar
Por mim, por ti e por nós

Não quero mais lembrar de você
Nem de nós
Juntos ou a sós

Porque meu mundo já se chocou com o seu
Numa galáxia distante desta tal realidade que em que vivemos
Planetas desconexos, de sistemas diferentes
O seu solar e talvez o meu seja lunar
Provavelmente o que nos faz encontrar
De certa forma até irônica em poucas vezes de nossas vidas.

Talvez nosso eclipse nunca mais aconteça
E sem o seu sol, minha lua se torne mais uma estrela
Neste universo perdido de dores e lamentos
Que me faz sentir que jamais seria aquela rosa
Sim, a rosa...

Do menino que morava em seu pequeno planeta
Planeta que para ele tão grande, e para os homens, tão pequeno
Menino! Só um menino perdido em terras desconhecidas
Aprendendo e vivendo coisas inimagináveis até então por ele.
Menino que se sentiu só
E quis voltar
Voltar para sua rosa
Sim, a rosa...

Que por mais que dissesse ser única
Sabia que existiam outras que nasceram como ela
Mas acreditava que esta era a forma de ser amada
Procurando ser a única da vida do menino
Sim, o menino...

Menino da rosa diferente e única
Que apesar de saber que existiam outras como ela
Procurava desejava a única
Única na vida do menino.
Sim, o menino...

E como ele mesmo o diz, com tamanha sabedoria infantil
“- Se alguém ama uma flor da qual só exista um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando as contempla. Ele pensa "Minha flor está lá, em algum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é, para ele, como se todas as estrelas se repentinamente se apagassem! E isto não tem importância?”
Sim, a linda flor que para ele era única
Mesmo sabendo que existiam outras parecidas com ela
Mas para ele, sempre seria a única.

Cansei de pensar
De chorar
De esquecer
De lamentar
De lembrar que não devo lembrar
Cansei de pedir a Deus, pois quando peço me lembro.

E assim me resta o silêncio,
Que não devia fazer mal, mas faz
Que não devia fazer barulho, mas faz
Que não devia deixar que tudo que não quero que aconteça, acontecer
Pois neste silencio, eu penso, choro, lembro e lamento.
Me resta a mim, pois você já nem sei se ainda está aqui.
Dirce Roberta – 28/10/2011

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